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domingo, 4 de setembro de 2016

Como ter uma viagem relax e família na ilha da balada: Míconos.



Vamos falar de Míconos (ou Mykonos), uma das ilhas gregas mais procuradas no verão, sobretudo para quem busca praias de água cristalina e festas. 


Míconos faz parte do grupo de ilhas gregas conhecidas como Cíclades, no mar Egeu. O nome Cíclades faria referência a círculo, já que elas formam um círculo em volta de uma ilha sagrada para os gregos: Delos. (Por sinal, muito perto de Míconos).
Segundo a mitologia grega, Delos é o local de nascimento dos deuses gêmeos Apolo e Artemis. A ninfa Leto engravidou de Zeus, cuja esposa Hera tomou ódio da amante e prometeu que ela não encontraria lugar na Terra para parir seus filhos. Por intervenção dos deuses, Poseidon fez emergir dos mares a ilha flutuante de Delos, local de refúgio e nascimento dos gêmeos. Míconos, por sinal, é o nome de um dos filhos de Apolo.

Como ir:  --- Prefiro avião ---

Para irmos de Atenas até lá, existem basicamente duas opções: avião ou barco. 
(Eu até vi muitos helicópteros pousando na ilha, mas isso é coisa de magnata.)

Mar Egeu visto pelas janelas da Aegean.
Na maioria dos blogs que pesquisei, quase todos indicavam ir de barco. São aquelas embarcações enormes, com bastante espaço e lanchonetes. As pessoas argumentavam que, além de ser mais barato que avião, esses barcos ainda tinham outra suposta vantagem: algumas paradas obrigatórias pelo caminho, em ilhas próximas a Míconos, o que lhes davam uma ideia de estarem num cruzeiro. É como se pudessem conhecer (ainda que apenas de dentro da embarcação) várias ilhas gregas... Mas eu me informei e descobri que os barcos mais rápidos demoravam 4 horas para chegar! (Sim, os mais lentos demoram ainda mais).
4 horas? Com meu filho correndo de um lado para o outro? Não, obrigada...
Teríamos que pegar o barco das 7:30 da manhã (o que implicaria em acordar bem cedo, às 6 da manhã – nós e o baby, que só acorda 8:30) para estarmos no porto um pouco antes do horário de saída do barco. Chegaríamos em Míconos perto da hora do almoço, o que ainda permitiria tempo para curtir um pouco de praia nesse mesmo dia de deslocamento. Mas se eu quisesse um barco que saísse mais tarde, num horário mais digno, lá pelo final da manhã, só chegaríamos no final da tarde: um dia perdido unicamente em deslocamento.

Reparem que o mar é maravilhoso, mas a paisagem em volta é sempre muito seca e desoladora.
O voo que pegamos, no final da manhã, levou 25 minutos para chegar: perfeito! Rápido, sem que ninguém precisasse madrugar, e permitindo que a gente já chegasse curtindo praia.  =) Muito melhor!

Praia de Elia, Míconos.

É o dobro do preço do barco, mas não estamos falando de nenhum helicóptero: é um conforto pagável, que talvez deva ser levado em conta na ponta do lápis, sobretudo se você também tem um bebê de colo. E comprar com antecedência, que sai mais barato!
Outra coisa que depõe contra o barco é a seguinte: você não está fazendo nenhum cruzeiro, não vai desembarcar para ver ilha nenhuma pelo caminho, você só estará vendo o porto desses lugares. O porto! Quer lugar mais sem graça?!
Além do mais, eu já estou num cansaço de mãe, que não quero ficar conhecendo várias ilhas. Para vocês terem uma ideia, nós ficamos em uma única praia de Míconos, sem praticamente sair de lá para nada: relaxar, jiboiar, ficar largado no paraíso, esse era o objetivo.

Em qual praia ficar:  --- Escolhemos Elia ---

Pesquisando nos blogs de outros viajantes, antes de decidir o que fazer e onde ficar, vi quais eram as praias mais famosas de Míconos. As de ambiente mais tranquilo, sem música na praia: Kalo Livadi, e Elia Beach. E as praias do agito, como Paradise Beach, Super Paradise Beach, e Paraga Beach.

Elia.

Alguns se hospedam na própria capital de Míconos e todo dia de manhã ou pegam um transporte público, ou pegam um carro que alugaram, e vão para diversas praias diferentes, a fim de conhecer várias ao final da viagem. Outros ficam hospedados numa dessas praias que mencionei (ou próximos a elas) e também fazem o mesmo deslocamento cada dia para uma praia diferente (ou até mais de uma). Mas não era isso que eu queria...
Eu queria ficar largada na areia de uma praia só! Dali para o mar, do mar para o restaurante, do restaurante para o chuveiro, do chuveiro para cama: só isso. (Claro que intercalando trocas de fralda, almoço de bebê, renovar protetor solar do bebê, soneca de bebê, brincar de baldinho de areia, incentivar para que ele não tivesse medo do mar, jantar de bebê, banho, colocar para dormir, etc.). Entenderam por que eu queria ficar largada num lugar só?

Elia Beach!

Olha a transparência da água em Elia! =)
Então, eu precisava da melhor praia, aquela com a água mais clara e mais calma, um bom restaurante na areia que fosse minha segunda casa (e o depósito de todas as nossas economias em função de nos fornecer todas as nossas refeições). Ou seja: eu precisava de infraestrutura numa praia calma e perfeita. Sem a música e a badalação na areia de Super Paradise e suas semelhantes. É possível isso? Sim, na Praia de Elia encontramos isso.


Como pagar o paraíso? --- Planejamento e antecedência.

            Se você vai com criança pequena, veja abaixo se o meu esquema de hotel não foi perfeito e barato!!! Um achado! ( http://www.eliamykonos.gr/ )

Míconos, ao contrário de Atenas, é muito cara! Enquanto em Atenas, aquele meu hotel bonito e bem localizado custava pouco mais de 100 euros a diária (o mesmo valor de qualquer Ibis mal localizado em Paris, por exemplo), em Míconos, de frente para a praia, a diária não sai por menos de 300 euros: pode procurar! Às vezes mais: ali o céu é o limite! São os famosos resorts branquinhos, de piscina com borda infinita, tão conhecidos dos anúncios turísticos da Grécia, olhando para o mar azul lá embaixo. Como pagar? Como passar 4 noites num esquema desses?

Royal Olimpic Hotel, de Atenas, no Booking.com

Eu consegui o hotel perfeito: Elia Beach (Alguns chamam de Elia Beach studios by the sea: http://www.eliamykonos.gr/). Esqueçam os resorts: trata-se de uma pousadinha, uma vila de casinhas brancas, na frente da praia. O dono tem a propriedade de um restaurante na praia (lindo e maravilhoso) e agora resolveu construir essas casinhas bem ao lado para faturar mais. Não tem piscina, nem de borda infinita nem de plástico, não tem spa nem sauna, mas tem a proximidade do mar – pé na areia – cama confortável, banheiro privativo em cada quarto, ar condicionado, café da manhã incluído e wifi muito bom. E o café da manhã é servido nesse restaurante ao pé da areia (por sinal, era onde comíamos também no almoço e no jantar: kkkkkk). Minha filosofia de vida miconiana era: daqui não saio, daqui ninguém me tira! Nos últimos dias começamos a ganhar sobremesas grátis, em agradecimento pela fidelidade. Achei lindo!

Café da manhã no restaurante da praia: perfeito !!!

Café da manhã.
O café da manhã era simples, mas gostoso. Já os pratos de almoço e jantar são verdadeiramente maravilhosos! (Pagos à parte) Restaurante muito bom! 

Risoto de camarão.

Restaurante. Adorei essa cobertura que filtrava a luz e se mexia com o vento.

Pesquisei os preços para você que está pensando em viajar em 2017 (quem sabe 2018). Infelizmente, agosto de 2017 já está quase todo tomado e os quartos que sobraram são os da suíte bem na frente do mar, mais caros: o pacote de 4 noites está girando em torno de 800 reais (que triste isso...) Mas entre as datas de 31 de agosto e 4 de setembro, ainda há os quartos mais baratos por 600 euros o pacote! E se você for adentrando mais em setembro (entre 5 e 9 de setembro, por exemplo), o preço cai para 540 euros o pacote!!! Aheeeee: se eu fosse você aí planejando a viagem, corria logo! É quase o mesmo preço de Atenas! (Porém, lembre-se de não pegar os dias finais de setembro, é capaz do mar esfriar...) Depois, se tiver interesse, repare nos preços estratosféricos que cobram os resorts. 

Elia Beach versus um Resort qualquer: olha a diferença!!!

Minha irmã deixou para se planejar bem em cima da viagem. Resultado: só os resorts ainda tinham vaga. Pagou uma nota preta, mas estava num esquema puro luxo. E o bom disso é que eu posso destrinchar para vocês as vantagens e desvantagens de cada hospedagem: minha pousadinha versus o Royal Miconian Resort & Villas.
Tenham em mente que os dois ficavam na mesma praia, a minha pousada na areia, e o resort da minha irmã numa colina, cuja estradinha começava a subir dali do final da praia.

Royal Miconian Resort & Villas - o hotel da minha irmã.
 
A jacuzi que filamos.  =)

Pousada versus Resort:

1)      O transfer do aeroporto até a minha pousada foi pago à parte: 30 euros. O transfer do aeroporto até o resort da minha irmã estava incluso no preço do pacote. Achei muito legal isso, mas pelo o que ela pagou, isso era mais do que esperável: total conforto.
2)      Se eu quisesse conhecer a capital de Míconos, ou precisaria pegar o transporte público local – um ônibus – ou pegar um taxi ou pagar novamente o transfer da minha pousada. No resort da minha irmã havia um ônibus à disposição para levar e trazer os hóspedes da capital até o hotel novamente: tudo incluso. Tinha uma saída de manhã e outra às 2 da tarde, com retorno às 18:30, 19:30 ou 21:30. Como nós tínhamos muitos dias em Míconos, quebrei a minha filosofia do “daqui não saio e daqui ninguém me tira”, e uma tardezinha filamos esse ônibus junto com minha irmã: foi ótimo! Ninguém nem percebeu que não éramos hóspedes.
3)      O resort tinha piscina e uma jacuzi aquecida: perfeito para um final do dia, lá pelas 7 da noite. No entanto, como a propriedade era muito grande, cheia de desníveis, o wifi era terrível. Só pegava justamente na piscina, mas nos quartos nem pensar! Pelo valor que cobram, isso não é legal. OBS: Nós também filamos a jacuzi um dia! Kkkkkk  =)
4)      O resort – como é comum nos resorts das ilhas gregas – ficava no alto de uma colina. Isso fornece uma vista bonita para o mar, mas é um pé no saco para ir à praia e voltar! Ela precisava pegar uma van do hotel todo dia para descer até a praia e depois para subir (trajeto de só 2 ou 3 minutos, mas ribanceira). E mais tarde para descer até o nosso restaurante pé na areia e jantar conosco, e depois, na hora de subir de volta para dormir, lá pela meia noite, muitas vezes mofou esperando e subiu a ribanceira a pé mesmo.
5)      Minha pousada tinha essa comodidade maravilhosa: em poucos passos eu estava no meu restaurante de todas as refeições, e nas espreguiçadeiras da praia. Sim, minha pousada fornecia espreguiçadeiras com guarda sol na praia (o resort também – mas quem vem só conhecer a praia e passar um dia, paga 20 euros pelas espreguiçadeiras). Para nós com um bebê de colo, todas essas comodidades e curta distância foram perfeitas!
6)      O wifi da nossa pousada era ótimo! E ainda tinha uma segunda rede de wifi, do restaurante (que supostamente pegava na praia também), mas essa – nos horários de pico – deixava um pouco a desejar. Porém à noite, no jantar, era perfeito. E a internet do quarto era sempre 100% garantida!
7)      Como eu disse, em poucos passos saía do quarto e estava no café da manhã ou no mar. No resort, que era construído ao longo da colina, minha irmã precisava subir muitas escadas para acessar o salão do café da manhã ou a recepção de entrada e saída do hotel. Era bonita a paisagem na escada, mas para a gente que por vezes estava com o bebê dormindo no carrinho, seria bem complicado esse esquema.
8)      O café da manhã da nossa pousada era bem simples, mas com o prazer de ser servido ali na cara do gol: a praia. O café da manhã do resort era um banquete fabuloso, com o prazer de ser servido numa vista superior da praia.

Foto do site: casinha mais cara da nossa pousada, porque fica de frente para o mar.
Aqui nossa casinha na pousada, alguns passos atrás da casa principal.
As casinhas da nossa pousada.
Visualizando melhor a praia e a pousada.

Tendo dito tudo isso, afirmo-lhes que para quem tem um bebê ou uma criança até uns 3 ou 4 anos, nossa pousada é a melhor opção. Para quem já tem filhos mais velhos, naquela faixa etária que não sai da piscina e ama uma jacuzi no final do dia, talvez o resort seja a melhor pedida. Eu, por sorte, me beneficiei dos dois!  \o/
OBS: Nossa pousada disponibilizou berço para nosso filho.  \o/
OBS 2: Apesar do ar condicionado, leve repelente para usar de manhã cedo e no final do dia. Mesmo na praia! Meu filho foi bastante mordido e por sorte tínhamos corticoide (ele tem alergia e as picadas incham que é de assustar).

As festas das outras praias e o barco que te leva de Elia até Paraga Beach:

Nosso esquema foi relax. Ficávamos lá em Elia o tempo todo, e isso só foi quebrado 2 vezes: na tarde que fomos conhecer a capital, com suas ruelas branquinhas e cheias de lojinhas (e digam o que quiserem, mas apesar do charme, não achei grandes coisas que valessem meu deslocamento de mãe cansada, apesar do esquema patrão do ônibus do hotel da minha irmã); e numa tarde que pegamos um barquinho para almoçar em Paraga Beach.
Nas paradas do barquinho, vimos Super Paradise Beach, Paradise Beach e descemos em Paraga Beach. Sinceramente, em matéria de mar, todas se parecem muito. Mas eu estava infinitamente melhor localizada em Elia Beach, que tem a extensão de areia mais larga e não tem aquele bando de gente querendo beber, dançar e se pegar na areia. Se o assunto é paraíso, Elia sai ganhando das demais paradises de Míconos.

Paradise Beach.
O clima esquenta nas praias de festa ao final do dia, lá pelas 5 da tarde (o Sol se põe às 8). À noite tem festa mesmo. No entanto, tome cuidado: o barco que te leva de Elia Beach até as praias de festa, tem o último retorno marcado para as 4:20. Com insistência, conseguimos um retorno para 5:20. O porquê disso eu não sei, talvez seja o mar. Então, se você quiser se hospedar em Elia e curtir uma festa até mais tarde em Paradise, Super Paradise ou lá em Paraga, você até pode ir de barco, mas saiba que terá que arranjar outro jeito de voltar: ou transporte público ou taxi ou o seu transfer. Imagino que seja algo fácil de fazer, porque muita gente faz. 


Em Paraga Beach existe uma espécie de restaurante/bar/lounge chamado Scorpians. É lindo, tem uma vista de cima da praia, muitas espreguiçadeiras e almofadas para você contemplar o pôr do sol, e eu vi a aparelhagem de música dos DJs que com certeza animam o fim de tarde e noite ali no Scorpians. No entanto, como vocês sabem, tive que voltar cedo por causa do filho e do barco.

Scorpians em Paraga Beach.

Quais dicas de festa que eu posso dar? Nenhuma... Mas os fogos de artifício que explodiram lá em Paradise Beach, e podiam ser ouvidos quase que na ilha toda às 2 da madrugada de sábado (pelo menos foi uma noite só), me dão a ideia de que deve ser algo animado e maravilhoso para gente solteira e sem filhos.

Míconos – um destino gay / Elia Beach – a praia de nudismo:

            Todo mundo sabe que, assim como Búzios tem muitos argentinos, Miami tem muitos brasileiros, as praias de Portugal têm muitos ingleses: Míconos é o sonho de consumo de muitos gays mundo afora. Todo mundo me pergunta como esses fluxos de um determinado nicho começam: eu acho que uma pessoa vai, gosta, começa a contar para seus amigos e conhecidos e forma-se uma comunidade com o passar do tempo – é o “boca a boca” que dá certo.

          
           Elia Beach é um dos recantos gays de Míconos, povoada por casais e grupos de amigos solteiros com zero % de gordura corporal. Atenção para você que está procurando e só quer dar close certo nessa vida: eles estão em toda a extensão da praia, mas existe uma área da areia, mais à direita de quem olha para o mar, após umas pedras, que é a área de nudismo. Ela obviamente é aberta para “gregos e troianos”, mas grande parte de seus frequentadores é gay. Sei disso porque ao fazer aquela viagem de barco até Paraga, eu vi uma enorme bandeira do movimento gay tremulando lá nesse canto da praia, até então desconhecido para mim. Todos que lá estão, nesse canto do paraíso, almoçam, assim como nós da área “família” da praia, no mesmo restaurante: o maravilhoso restaurante do meu hotel. E foi só assim que eu comecei a entender, ao final da viagem, porque o canto de Elia Beach onde eu estava, começava a ser inundado por casais gays na hora do almoço e ao longo da tarde.
            Pronto, já dei a dica para os amigos certos!  =)


         Enfim, a viagem foi muito boa!
        Últimas dicas: não deixem de provar o Martini de maracujá servido no restaurante (ou na praia, pelos garçons da areia): chama-se Porn Star Martini! E claro: comam muita lula frita e o camarão que se desmancha na boca! E prendam os cabelos no vento das Cíclades!

Olha o martini aí!


PORN STAR MARTINI
(MADE WITH FRESH PASSION FRUITS)
From the LAB cocktail bar of London.
Fresh passion fruits, vodka and vanilla syrup

Ruelas e lojinhas branquinhas da capital de Míconos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Atenas - com crianças - no verão.



Atenas? Mas esse blog não é sobre a Bélgica? Bruxelas?

Sim, mas de Bruxelas também se vai ao mundo. Eu diria mais: a localização geográfica de Bruxelas favorece inúmeras viagens pela Europa. E o fato de ser capital da União Europeia, com inúmeras companhias aéreas pousando aqui (muitas LowCost), facilita ainda mais. Para se ter uma ideia, a viagem Bruxelas – Verona (Itália) demora 1 hora e 15 minutos: maravilha dos deuses! Bruxelas – Lisboa: 2 horas e 10 minutos. Bruxelas – Istambul: 3 horas. Bruxelas – Atenas: 3 horas também. Com antecedência, você encontra passagens da Aegean Airlines por 80 euros (trecho até Atenas). A volta, não sei por qual razão, é um pouco mais cara: com antecedência por 100 euros. Se você mora aqui pelas redondezas: vá, que vale muito a pena!
(Eu sou uma pessoa viciada em Ryanair, que cobra passagens camaradas de 40 ou 50 euros. Mas, infelizmente, ela não faz Bruxelas-Atenas. Ela só pousa em Atenas partindo de outras capitais, talvez Roma... Daqui de Bruxelas, por esses preços camaradas – que você só consegue comprando com antecedência – sei que a Ryanair pousa na ilha de Creta, na ilha de Rodes, em Tessalônica e na fabulosa ilha de Zakynthos, onde tem a cobiçadíssima praia Navagio). Vá de Aegean mesmo. 


Para qualquer pessoa nascida no Ocidente, visitar a Grécia é como ter a chance de ver as raízes de uma árvore muito antiga, plantada naquele quintal da nossa escola primária, o subsolo de nossa casa, as emoções, defeitos e qualidades que nos regem.
Quando uma viagem é muito boa, a gente não pode esquecer de dar dicas, a quem quer que seja, que venha a pousar os olhos sobre esse texto. Por isso, venha comigo pelas ruas de Atenas.

Dica 1 – quando ir: Se você quiser casar Atenas com praias de alguma ilha grega, eu aconselho ir no verão (julho, agosto ou início de setembro). Por que? Porque embora haja muito sol e calor desde abril/maio, o mar da Grécia é frio na maior parte do ano, e aquela água maravilhosamente azul e transparente só estará convidativa para um banho sem gelo nessa época do ano (julho/agosto). Afinal, se o que você quiser é só olhar um mar bonito, mas geladíssimo, pode ir para Arraial do Cabo. Gelo por gelo e lindeza por lindeza, Arraial sai mais barato.  =o) 

Minha irmã e minha sobrinha adorando Mykonos!

O combo mar bonito + temperatura da água agradável na Grécia = julho, agosto e início de setembro. O problema é: como lidar com o calor de Atenas em agosto? Sobretudo com bebês e crianças. Ou você esquece as praias e vai a Atenas em qualquer outra época do ano mais fresca, ou pratica essas táticas de guerra aqui:
1)      Procure um hotel com piscina.
2)      Procure um hotel bem próximo à Acrópole, existem alguns.
3)      Tome café da manhã e fique na piscina com seus filhos. Você pode até sair para almoçar na rua, mas só vá à Acrópole depois das 5 ou 6 da tarde. Ela fica aberta até às 8 da noite, em agosto, que é quando começa a escurecer em Atenas nessa época do ano. Lembre-se, a Acrópole é um sítio arqueológico: é terra, chão pedregulhoso e sol na cabeça o tempo todo.
4)      Se quiser sair de manhã ou bem no meio da tarde para visitar algum lugar turístico: o Museu da Acrópole é a melhor pedida. Além de ar condicionado, Wifi, e restaurante, vocês vão encontrar as peças originais que foram retiradas lá de cima da Acrópole e vídeos explicativos das mudanças sofridas naquele lugar com mais de 2000 anos de história.
5)      Visite as lojinhas que ficam tanto na rua do Museu (que é a rua que sobe em direção à escadaria da Acrópole – a Dionysiou Areopagitou – ) quanto nas ruas em volta. É o tradicional bairro de Plaka. Elas ficam abertas até tarde, algumas só fecham meia noite.

Com 2 dias inteiros livres (3 noites), o que eu pude ver em Atenas: Basicamente a Acrópole com todos os seus monumentos, o imperdível Museu da Acrópole (que fica na parte baixa), o Templo de Zeus Olímpico (bem próximo) e a Praça do Monastério.
Acrópole vista do hotel A for Athens, na praça do Monastério.
Você pode subir para ir ao bar, mesmo não sendo hóspede.

Quais foram nossos erros: Como nós queríamos usar um dia para fazer Museu da Acrópole + a própria Acrópole, com o intuito de usar o outro dia para visitar a cidade de Delfos (que fica a 2 horas de Atenas, a célebre cidade onde ficava o Oráculo mais famoso da antiguidade, usado até por personagens mitológicos e/ou literários, como Édipo, que ouviu a profecia de que mataria seu pai e casaria com sua mãe), nós erroneamente escolhemos visitar a Acrópole bem no horário do almoço, na intenção de depois comermos alguma coisa rápida e visitarmos o museu (que também fica aberto até bem tarde, na sexta feira ele fecha às 10 da noite!).
Resultado: um calor terrível, olhos fechadinhos e testa franzida nas fotos, e desistência de ir a Delfos com um bebê no dia seguinte: afinal, lá, o que se visita também é o sítio arqueológico de Delfos: Sol na cabeça.
Então, usamos o final do dia para ficar na piscina e visitar as lojinhas (são muitas na rua do museu, e à direita também, num emaranhado de ruelas com lojinhas e restaurantes, o bairro de Plaka). O dia seguinte foi de museu da Acrópole e mais lojinhas. E, lá pelas 7:15 da noite, eu fui visitar o Templo de Zeus Olímpico, bem diante do nosso hotel.
Apesar da desistência de ir a Delfos e do sol na moleira, foi tudo ótimo e lindo!  =) 
 
Restaurantes e lojinhas.
Dica 2: Não acredite nessas pessoas que dizem que Atenas não tem graça, pois se você gosta de história antiga, de mitologia greco-romana, de história do teatro, de história do Império Romano, da expansão do Império Turco Otamano, você vai amar. E se você gosta dessas ruelas charmosas, estreitas, esses labirintos de lojinhas e restaurantes, você também vai gostar. Eu marquei essa região de lojinhas aqui em branco no mapa abaixo (Plaka). Também marquei onde ficava o meu hotel, pertinho da Acrópole e dessa região de lojinhas. 


Nós prometemos voltar para ver Delfos quando nosso filho for mais velho, quem sabe daqui uns 10 anos.
Dica 3: Restaurantes que aconselho: O restaurante do nosso hotel, o Royal Olimpic Hotel, tem uma vista fantástica do Templo de Zeus Olímpico (fica bem de frente) e também para a Acrópole, na lateral esquerda. Recomendo muito esse hotel! De manhã o restaurante serve café da manhã para os hóspedes, mas à noite ele é aberto ao público externo também (além do bar ali ao lado), mas a comida é mais cara e chique. Para você que está procurando um restaurante romântico, com vista incrível, comida chique e preço mais salgado: esse é o lugar.
Vista da Acrópole do restaurante do hotel Royal Olimpic.

 
Vista do Templo de Zeus Olímpico do restaurante do hotel Royal Olimpic.

Olha a vista do café da manhã!  =)

Na rua mesmo, eu recomendo dois:
 Um mais pela localização, embora a comida não decepcione (mas também não encante incrivelmente). Ele fica nessa praça aqui abaixo (praça do Monumento de Lysicrates), lá no labirinto das lojinhas, que você certamente encontrará. No centro da praça, o que você está vendo são mais ruínas, a cidade é repleta delas. O restaurante fica aí embaixo desse conjunto de árvores. (Não se trata desse Daphne’s nem do Elis, é o que está camuflando entre as árvores ali do outro lado). Muito agradável jantar ali, no meio da rua, embaixo das árvores, ouvindo as cigarras. 

Praça do Monumento de Lysicrates.

Olha como ele é agradável!  =)

Não muito distante dali, ainda no labirinto, tem um restaurante chamado Estia. Esse sim, como informa sua plaquinha de ganhador de indicações do Tripadvisor, tinha uma comida maravilhosa!!! A carne de carneiro se soltava do osso com uma facilidade incrível, e naturalmente desmanchava na minha boca! =) 

Restaurante Estia.

Carneiro do restaurante Estia: derrete na boca!  =)

A Acrópole e seu museu:

A Acrópole, cidade alta, era tida como um rochedo sagrado, usado como local de culto, onde se construíam templos religiosos. Naturalmente, os gregos achavam que seus principais templos deveriam ficar no alto, perto dos deuses. Outras cidades da Grécia Antiga também tinham suas Acrópoles. Na cidade baixa de Atenas também existiam outros templos, como o que eu citei de Zeus Olímpico na frente do meu hotel, mas aqueles dedicados à patrona da cidade, a deusa Atena (em grego Athina, o mesmo nome da famosa bilionária grega Athina Onassis), ficavam na sagrada Acrópole.
Acrópole em tempos antigos.
 
Acrópole hoje.
As construções mais famosas da Acrópole são a entrada triunfal – chamada de Propileus –; ao lado dessa entrada o pequeno templo de Atena Nike (Atena vitoriosa); naturalmente não posso deixar de mencionar o maior templo ali em cima, o Pártenon; também o Erectéion – meu preferido – (que tem uma ala onde, ao invés de colunas sustentarem o teto, são mulheres: as famosas Cariátides; o Odeon ali na lateral inferior; e o teatro de Dionísio. 

Vista de Atenas lá de cima da Acrópole. Essas mulheres-colunas são as Cariátides.

Quase todos os templos ali construídos são posteriores ao ano 480 AC (AC = antes de Cristo). Antes disso já existiam templos na Acrópole, mas eles foram destruídos pela invasão persa de 480 AC. Então, o que você verá são construções de 432 AC (Propileus), 421 AC (templo de Atena Nike); 438 AC (Pártenon), quase todos – como se percebe – aproximadamente da mesma época. Quando contamos os anos Antes de Cristo (AC) até os dias atuais, as datas decrescem. Então, 480 AC (ano da invasão Persa) é data anterior à reconstrução do Pártenon, terminada em 438 AC. Os gregos levaram, então, aproximadamente uns 50 anos para reconstruírem tudo.
Tenha em mente que o que você está vendo no alto daquela colina tem, portanto, uns 2440 anos – pelo menos! Vou repetir: mais de dois mil e quatrocentos anos!!!

E algumas das obras que você verá no museu são achados arqueológicos da primeira Acrópole, aquela anterior à invasão Persa de 480 AC. Ou seja: Atenas são as brumas do tempo. Você vai se perder em tanto fazer contas. (Por exemplo: para se ter uma noção, os textos do museu trazem até informações sobre a Atenas da época micênica, coisa que remete à 1600 AC. Mais de 3600 anos, gente! Minha cabeça não dá conta disso tudo, e correndo atrás do meu filho de 1 ano e 9 meses, então, fica ainda mais difícil). No entanto, a gente sempre consegue absorver algumas coisas: e o mais legal dessa viagem é que eu aprendi muito. E eu simplesmente adoro aprender! Vem comigo, deixa eu dividir um pouco!  =)

Propileus: Eu não sabia que as Acrópoles tinham, quase todas, uma entrada triunfal. Não era simplesmente uma porta na muralha que a cercava, era um templo de colunatas, com algumas portas ao fundo (nesse caso eram 5), dando acesso à cidade sagrada: é assim que se entra em terreno sagrado, já mostrando a supremacia dos deuses aos reles mortais. 

Propileus antes.
 
Propileus hoje.
Eu, que adoro colunas gregas, comprei um livreto sobre Atenas e aprendi que os Propileus tinham bem na frente 6 colunas dóricas (aquelas cujo topo – ou capitel – é mais sóbrio, simples) e no interior do templo existiam duas filas de colunas jônicas, em direção a porta principal (aquelas cujo capitel é ornado com uma espécie de caracol de cada lado). Colunas coríntias (aquelas cujo capitel é totalmente ornado com folhas) eu só vi no Templo do Zeus Olímpico, mas são as que eu mais gosto. Os Propileus, então, são um misto arquitetônico dórico e jônico.
Durante quase todo o período greco-romano, sobretudo após as principais batalhas que as cidades gregas enfrentaram, as construções da Acrópole foram bem preservadas. No entanto, ao final do período romano, quando o cristianismo já se alastrava, aquele reduto de templos pagãos iria entrar em decadência. Por exemplo, no período Bizantino, os Propileus foram convertidos em sede do Episcopado e mais tarde (já adentrando nos primórdios da Idade Média europeia), os Francos instalaram ali os serviços administrativos do Ducado de Atenas. Como nós sabemos, os Turcos Otomanos (islâmicos) tomaram Constantinopla em 1453. Assim, em pouco tempo regiões outrora dominadas pelos bizantinos, como Atenas, passaram para controle islâmico. E as cruzes colocadas naqueles templos que um dia foram pagãos, caíram para darem espaço a minaretes, onde se pudesse clamar que Alah é grande. Vocês sabem o que os otomanos fizeram com os Propileus? Um deposito de pólvora!!! Em 1645 um raio caiu na Acrópole e os Propileus explodiram! É por isso que só vemos as colunas pela metade, bem destruídas.

Eu e o mundaréu de gente na frente dos Propileus.

Nessa entrada da Acrópole, o que você vir à esquerda era a antiga pinacoteca. E o que você vir à direita era o templo de Atenas Nike.

Templo de Atenas Nike: Fica bem ao lado dos Propileus. Nike, como aquela marca de produtos esportivos, quer dizer vitória. Normalmente, qualquer divindade representada em sua forma Nike – vitoriosa – portava asas. É por isso que você talvez já tenha visto mulheres aladas nas medalhas olímpicas. Dentro do Pártenon existia uma estátua gigantesca de Atena totalmente armada (já que foi assim que ela nasceu dentro da cabeça de Zeus), mas sem asas. Esperava-se que sua estátua dentro do templo Nike tivesse asas. No entanto, os atenienses achavam que Atena chegou na cidade voando, mas não queriam que ela abandonasse a cidade: por isso sua estátua dentro do templo Nike não era alada...
Ali as colunas são jônicas (mais ornadas que as dóricas e por isso mais usadas em templos para divindades femininas) e os quatro frisos, lá em cima de cada lado do templo, têm uma ornamentação em alto relevo mostrando deuses do olimpo. São réplicas, pessoal! Os originais do lado norte e oeste estão no Museu Britânico em Londres... =(
O Ministério da Cultura da Grécia vem promovendo uma campanha para que a Inglaterra devolva esses frisos, levados lá nos idos do século XIX. Os outros fragmentos do friso deste templo, e dos demais, estão dentro do Museu da Acrópole, lá em baixo na rua, como eu havia falado.
Esse é um dos baratos de visitar o Museu da Acrópole: em matéria de frisos, estátuas e demais ornamentações, os originais foram levados para o museu da Acrópole (ou para o Museu Britânico), e ali ao relento da Acrópole encontram-se apenas cópias. O que há de original naquela colina sagrada são as bases e as colunas dos templos. Mas não pense em mexer nas pedrinhas no chão! Meu filho agarrou uma e uma fiscal recolocou-a no mesmo lugar onde ele a pegou. Não se tratava apenas de soltar a pedrinha, ela teve que voltar para um lugar específico: pedrinha, pequenininha.

O Pártenon: O maior e principal templo da Acrópole, lá dentro havia a tal estátua gigantesca e ornada em ouro da deusa Atena, do escultor Fídias. Totalmente armada, trazia uma pequena deusa Nike numa das mãos. Outras estátuas suas são representadas com uma coruja. 

Pártenon antes.
 
Pártenon hoje.
Seu nome quer dizer câmara da deusa Atena Parthenos. Parthenos significa virgindade. Vamos relembrar a história de Atena: quando Zeus – a divindade máxima – engravidou Métis, ouviu de um oráculo que se tivesse uma filha, ela seria mais poderosa que ele. Para evitar isso, ele engoliu Métis, com intuito que Atena não nascesse. No entanto, a gestação de Atena continuou, e bem no cérebro dele. É por isso que ela é considerada a deusa da sabedoria, porque foi gestada no cérebro de Zeus, e por isso que a coruja – animal que ela portava em algumas representações – é símbolo da sabedoria na cultura ocidental. Com dores de cabeça terríveis, Zeus pediu que o ferreiro dos deuses abrisse sua cabeça: e dali nasceu Atena totalmente armada (capacete, armadura no corpo, armas na mão). 


Além da sabedoria (e muito em virtude da sabedoria) ela também é identificada como a deusa da Justiça. Por isso algumas representações suas trazem uma daquelas balanças na mão. É também por isso que dizem que Zeus sofria muitas dores de cabeça, pois quando a Justiça ainda não havia nascido no mundo, as dores de cabeça eram certamente terríveis. Bonito, né?  =)
Na ressignificação romana da cultura grega, Atena ganhou o nome de Minerva (e Zeus de Júpiter, Afrodite de Vênus, etc). É por isso que você talvez já tenha ouvido o termo: “a coruja de Minerva”. E é por isso que nas lojas de souvenir de Atenas uma das coisas que nós mais encontramos são corujinhas de pedra e gesso para darmos de presente.  =)
Voltando à virgindade de Atena: como ela era a deusa da Justiça, pediu ao pai para que fosse sempre virgem, a fim de que não fosse jamais corrompida por paixão nenhuma.
Como vocês podem ver, Atena surgia (ou era interpretada) de diversas formas: por isso escutamos comumente o nome Palas Atena, que seria a Atena "da cidade" (Atena Pólias), ou Atena do Paládio, protetora de várias pólis, incluindo Atenas, Argos, Esparta, Gortina, Lindos e Larisa. Vimos a tal Atena Nike (que incrivelmente não estava alada); a Atena Partenos (a virgem, cultuada no Párthenon da Acrópole); a Atena Higéia, deusa das "boas condições de saúde" e da fertilidade dos campos. Era com este epíteto que ela se associava a versão romana de Deméter. E também a Atena Hípia (sobre um cavalo), protetora desses animais, além de outras mais.
O Pártenon é um templo totalmente dórico de inúmeras colunas, e os frisos, lá no alto da entrada do templo, eram totalmente coloridos. Nós que achamos que as estátuas e demais ornamentações greco-romanas eram sempre branquinhas como o mármore em que foram esculpidas – o que nos remete a uma elegância clean –, às vezes esquecemos que muitas delas eram coloridas. Os pigmentos é que sumiram com o passar dos séculos.
Sua sina foi muito parecida com a dos Propileus: em 1204 os Francos da quarta cruzada converteram-no num templo católico (com cruz e tudo) e depois, em 1460, os turcos otomanos o transformaram em mesquita (com minarete). O golpe final também veio no século XVII (dessa vez não mais por um raio, como no caso dos Propileus, mas pelo mesmo motivo: depósito de pólvora). Em 1687 (42 anos depois do raio que destruiu os Propileus), os venezianos invadiram Atenas. Sim, venezianos, habitantes de Veneza (lembrem-se que o país Itália ainda não existia), que morriam de medo de serem anexados nesse grande Império Otomano islâmico. Os venezianos bombardearam o Pártenon, que também guardava pólvora, e ele explodiu. Como se não bastasse, o povo das gôndolas tentou levar algumas estátuas acopladas às ruínas, partindo-as ainda mais. No século XIX, a Inglaterra teve permissão do Império Otomano para levar inúmeras peças soltas embora. 

Réplica da deusa Atena, dentro do Pártenon em Nashville, EUA!

Aqui vai uma informação inacreditável: se você quiser ver uma réplica perfeita do Pártenon, em tamanho real, pode ir a Nashville, no Tennessee, Estados Unidos! Foi construído em 1897, como parte de uma Exposição Universal. E lá dentro, como no tempo dos gregos antigos, tem uma estátua monumental de Atena, réplica das réplicas de Fídias.

O Erectéion: Esse é o que eu mais gosto. Era um templo para adoração de diversos deuses, e não apenas Atena, como Poseidon e Hefestos. Era também túmulo de alguns reis e heróis. Na entrada, 6 colunas jônicas, mas o que eu gosto mesmo é do pórtico das Kores, que é sustentado não por colunas, mas por 6 Cariátides: mulheres que servem de suporte ao prédio. Cariátides são as mulheres nascidas em Cárias, uma região da Lacônia, na Grécia, que os romanos diziam ser muito bonitas: daí veio o nome, que nunca mudou. Vocês já sabem: essas 6 Cariátides são réplicas! As cinco originais estão no Museu da Acrópole, mas uma delas foi levada à Londres no século XIX e nunca mais voltou: está no Museu Britânico. Diziam os atenienses dos oitocentos que podiam ouvir o lamento das outras cinco que perderam uma das irmãs, depois de mais de 2 mil anos juntas.

Erectéion antes.
 
Erectéion hoje.



 
As Cariátides originais no Museu da Acrópole: vejam que falta uma...
Eu conhecia as Cariátides, embora não soubesse o nome, do Museu do Louvre. Afinal, no Renascimento, houve uma ressurreição da arte greco-romana, e o Palácio do Louvre ganhou uma sala que ficou conhecida como a Sala das Cariátides, já que 4 belas mulheres de mármore sustentavam o coro dos músicos: hoje é uma das salas de esculturas do museu. Não aquele lindo pátio com teto de vidro e inúmeras estátuas dos oitocentos, mas uma sala justamente com esculturas do Renascimento, onde fica – por exemplo – a o hermafrodita adormecido (que embora seja muito antigo, ganhou um colchão de mármore, que mais parece pena de ganso, no Renascimento). 

Cariátides renascentistas no Museu do Louvre, segurando o coro dos músicos.

Ainda acoplado à colina sagrada da Acrópole, mas em partes mais baixas, nós encontramos o Odeon, que era uma espécie de teatro em semicírculo, fechado, com teto de madeira. É por isso – e eu não sabia – que inúmeros cinemas e salas de espetáculo mundo afora levam o nome de Odeon! Como no centro do Rio de Janeiro, na Cinelândia, o Odeon resiste em pé.

Odeon antes.

Odeon hoje.
Além do Odeon de Atenas, existe o Teatro de Dionísio. Embora não fosse templo, sua proximidade ao alto da Acrópole talvez remeta às origens das peças de teatro, uma experiência religiosa de catarse. Para visitar o teatro, basta comprar o tíquete na bilheteria da Acrópole. Eu não desci os degraus para ver, porque o Sol estava de rachar e nós tínhamos um bebê, e sabíamos que teríamos que subir tudo de volta depois. Mas a descida para ver o teatro fica antes de chegarmos aos Propileus, é fácil de achar. Vimos de cima mesmo.

Teatro de Dionísio.


Últimos lembretes sobre a Acrópole:
1)      As pedras escorregam bastante, cuidado com o sapato escolhido, cuidado com pessoas de mais idade.
2)      Você não pode entrar com carrinho de bebê, existe uma casinha para deixá-los guardados.

Templo de Zeus Olímpico: Esse fica na parte baixa da cidade, fora da Acrópole, mas muito perto, dá para ir andando. Todas as colunas são coríntias. Esse templo só foi terminado na época do Imperador Adriano, em época de dominação romana. Dando uma passeada pela Wikipedia, acho que agora entendo porque os romanos gostavam tanto das colunas coríntias: “Grécia romana é o período da história grega após a vitória romana sobre os coríntios, na Batalha de Corinto em 146 a.C, até o restabelecimento da cidade de Bizâncio e sua nomeação pelo imperador Constantino como a capital do Império Romano.”

Templo de Zeus Olímpico.

Olha a Acrópole lá no alto.

Já te convenci a ir a Atenas? =)
Próximo post será sobre Mykonos!