Restaurantes
bucólicos fora do centro histórico de Bruxelas:
Quer comer em meio a um bosque?
Pegar uma balsa para atravessar um laguinho e sentar no terraço olhando a
vista? Ou quem sabe em meios às árvores, praticamente no centro de uma
floresta? Ou entre dois lagos com patos e cisnes, enquanto seus filhos brincam
num parquinho de escorregas, balanços e casinhas?
Essas são dicas para você
que vai passar em Bruxelas mais que as habituais 24 horas, que a maioria dos
turistas passam. Eu diria, até, que essas são dicas para quem vai passar mais
de 2 dias em Bruxelas. Afinal, eu não faria você – que está com a agenda de
viagem tão apertada entre Paris, Amsterdã e Bruges – se despencar do centro
histórico para visitar essas minhas bandas tão bucólicas.
Já você, que está
passando uma temporada aqui trabalhando, veio visitar família ou se mudou de
vez, tem que ir nesses lugares ao menos uma vez! São lindos!
Primeira
dica: Le Chalet Robinson
Esse restaurante fica num
bosque chamado Bois de la Cambre (Bosque da Curva). Ele é tão bonito, que eu
trouxe uma amiga para visitá-lo, e, encantada, ela soltou: Nosso Lar!
Sim, o Bois de la Cambre
traz a paz dos grandes gramados, das altas árvores e de um lago tranquilo, como
o paraíso espírita Nosso Lar.
Lindo lugar. |
A estrutura do restaurante é de um chalet
de madeira, e ele se localiza numa ilha bem no centro do lago. Para chegar até
o restaurante, você pega a balsa que faz a travessia. Demora 2 minutos no
máximo.
Atenção:
a travessia custa 1 euro por pessoa adulta. Você paga só na entrada, na volta
não precisa pagar mais. O barqueiro te leva e te traz de volta por esse valor.
Um pouco de história:
O Bois de la Cambre (ou Ter Kamerenbos em holandês) foi construído em 1861, a
mando do rei Leopoldo II (aquele que era dono do Congo). Na mesma época ele
mandou construir uma longa avenida, chamada Avenue Louise, pela qual a família
real passava, para sair da área central onde fica o palácio, até o bosque. Essa
avenida é uma das principais da cidade e falarei sobre ela em outro post,
prometo.
O arquiteto do bosque era
o alemão Edouard Keilig, que resolveu criar um lago para carpas e cisnes, com
uma ilha no meio. Em 1877 o chalet foi construído na ilha! 1877: quase 140
anos! Dois incêndios já destruíram a estrutura de madeira. O último foi em
1991. Mas em 2006 o chalet foi reinaugurado e todo modernizado por dentro. Há 10
anos que ele é a sensação do bosque!
Nessa ilhazinha vocês
também podem alugar botes para fazer passeios pelo lago.
O que comer: O cardápio é
variado e você pode acessá-lo pelo site do restaurante, nesse link aqui:
Mas já adianto que gosto
muito dos croquetes como entrada (eles têm um com queijo Oud Brugge e trufas –
pense nisso), também da Cesar Salad com frango. Aqui na Bélgica as carnes
cruas, como tartare de bouef ou steak américain, são famosas: o problema sou eu
que não como carne crua. Se quiserem tentar, é um prato que tem bastante saída
no restaurante.
No inverno, com o lago parcialmente congelado. |
Quando ir:
Pode-se ir o ano todo, mas o final da primavera, o verão todo e o início do outono
são os melhores momentos (de maio a final de outubro: 6 meses).
Explico: a parte interna do
restaurante é bem grande, então você pode ir o ano todo, em todas as estações.
O lado de fora é muito usado no verão: chega a ser concorrido mesmo! Todo mundo
tomando uma cerveja ou um vinho branco sob o Sol. Não tenha medo do sol, a
varanda externa tem guarda sol. Também não tenha medo do frio leve (uns 12 ou 14 graus) pois os aquecedores a gás são utilizados por aquelas pessoas
que sabem que o frio já começa a bater à porta em outubro (ou talvez ainda não
foi embora em abril e maio), mas insistem em ficar do lado de fora. No entanto,
é nos dias de sol e céu azul que o restaurante faz jus ao seu charme! Priorize
esses dias bonitos!
Olha o restaurante ali na ilha. |
Eu já errei feio uma vez. Já levei uma outra
amiga nesse restaurante no inverno e com chuva. Embora lá dentro estivesse
ótimo, tivemos que atravessar o parque num frio terrível e pegar a balsa com
chuva no rosto: não vale tanto a pena o esforço. Pensem nisso: chegar até o
restaurante implica um certo percurso a pé pelo bosque, e um passeio de balsa.
Procurem os dias de tempo agradável.
Atenção, Reservas: Liguem para
fazer reserva! +32 2 372 92 92
Mais informações aqui:
+32 2 372 92 92
Segunda dica:
Les Papilles
Esse restaurante também fica no Bois de la
Cambre, mas numa borda do parque. Então, você pode acessá-lo por entre as
árvores, ou de uma forma menos selvagem: pela porta que dá para a Chaussée de
Waterloo. Eu acesso pelo bosque mesmo, pois dá uma atmosfera de comer numa
cabana aconchegante na floresta.
E o clima do restaurante é exatamente esse:
aconchego na floresta. A comida é boa e almoçar costuma ser mais barato que
jantar, sobretudo se vocês pedirem os menus apresentados naqueles quadros de
sugestões do dia.
Além de restaurante, ele funciona como bar
de vinhos.
No mesmo clima de aconchego florestal,
existe a Brasserie de la Patinoire (é uma falha minha nunca ter ido, ainda vou
consertar isso). Fica muito próximo do Les Papilles, caso você venha por dentro
do bosque, cuidado para não confundir.
Informações: Chaussée de Waterloo 782, 1180
Bruxelas.
Telefone: +32 2 374 69 66
Terceira dica:
Brasserie des Etangs
A dica agora
afastou-se do Bois de la Cambre, mas o clima de Lago dos Cisnes continua no ar.
Entre os dois Etangs de Mellaerts (lagos de Mellaerts), na comuna de Woluwe,
localiza-se um restaurante que eu amo: a Brasserie des Etangs.
Brasserie des Etangs |
A parte
interna é grande, tendo inclusive uma varanda de vidro fechada, então qualquer
época do ano é aconselhável para ir. Mas eles também possuem um terraço com
guarda sol (para comer e beber) e umas cadeiras vermelhas no gramado (essas, só
para beber). Além disso, o ponto alto para quem tem filhos: nesse gramado
existe um parquinho de diversões. E no banheiro feminino, há um trocador para
bebês!
Além de ver os cisnes, dar comida para os
patos, passear de pedalinho no lago, você pode ver seu filho brincar no
parquinho enquanto come e bebe: melhor impossível. Às vezes, não sei o que
fazer para distrair meu filho, e levo ele lá. Para não ficar feio, do estilo “oi,
vim apenas usar os brinquedos de vocês”, eu acabo consumindo alguma coisa: um
café, um waffle, uma taça de vinho...
Os cisnes |
Quando ir:
O ano todo, já que a varanda de vidro é fechada. O terraço tem aquecedores,
para aqueles dias de frio tolerável para ficar sentado ao ar livre (na Bélgica
isso varia entre 12 e 14 graus). No entanto, seu filho certamente não brincará
no parquinho no inverno. Então, a dica do Chalet Robinson também prevalece
aqui: entre maio e final de outubro sua experiência será melhor!
O que comer:
Os croquetes de camarão cinza são maravilhosos e cremosos por dentro. A
caçarola de perna de pato com lentilhas em pedacinhos de bacon é incrível.
Também gosto da Cesar Salad. As carnes cruas fazem o sucesso que vocês já
sabem: mas eu não como.
Esse croquete é divino! =) |
Ponto favorável:
Além de ser amigável com crianças e ter um entorno bucólico, o tram 94 para
praticamente na porta. A estação (parada) mais próxima é a Empain (a penúltima
da linha, que para em Musée du Tram).
Se o Bois de la Cambre já
foi descrito como Nosso Lar, os Etangs de Mellaert foram chamados de “um quadro
de Monet” por outro amigo meu.
Um quadro de Monet. |
Informações: Boulevard du Souverain, 275, 1150, Woluwe-Sanit Pierre.
Telefone : + 32 27793619
Dica de qualquer
restaurante belga: gosta de comer sobremesa e tomar café ao
final da refeição? Então experimente sempre o Café Gourmand (muitos lugares
têm, como o Chalet Robinson e a Brasserie des Etangs). Vem o café acompanhado
de duas ou três pequenas sobremesas. O bom é que você não precisa escolher
entre o creme brulé e aquele mousse de chocolate: vem os dois, em porções
menores.
Café Gourmand. |